O
desenvolvimento é um procedimento contínuo que persegue-nos desde o momento
pré-natal até ao fim das nossas vidas. Na fase pré-natal, a ordem das nossas
aquisições são fixas e invariáveis. Podemos afirmar que o crescimento e as
variações no comportamento seguem uma sequência, na maioria das vezes,
invariável.
Para percebermos
melhor como funciona o desenvolvimento motor de um individuo, devemos primeiro
perceber como é que se adquire maturação para que ocorra esse desenvolvimento.
Essa maturação ocorre ao nível do sistema nervoso.
O sistema
nervoso é constituído pelo sistema nervoso central que inclui o encéfalo e a
espinal medula, e pelo sistema nervoso periférico que inclui o sistema somático
e o sistema autónomo. A célula mais importante destes sistemas é o neurónio. O neurónio
é uma célula nervosa altamente estimulável, que processa e transmite informação
através de sinais electroquímicos. Essas transmissões designam-se por sinapses.
Quantas mais ligações houver, mais ramificações haveram no nosso sistema
nervoso, e mais desenvolvido será o nosso sistema, adquirindo assim maiores
níveis de maturação.
Como referimos
anteriormente, existe uma sequência no que diz respeito ao desenvolvimento
motor. Essa sequência ocorre de igual forma na maioria das crianças e cada uma
delas passa por cada estádio de desenvolvimento praticamente na mesma idade.
Devemos salientar que a criança desenvolve-se também devido à maturação
biológica, estimulada pela prática, constituindo assim um factor essencial para
a manutenção e futuro desenvolvimento das acções.
A criança é, antes de mais, um
ser motor.
De acordo com o aumento das proporções do corpo sabemos que
existem diferentes trajectórias e essas são influenciadas pelos princípios de
desenvolvimento próximo-distal, céfalo-caudal, e acção concentrada para
específica.
Progressão
próximo-distal: diz
respeito ao eixo central e as extremidades do corpo. As partes centrais amadurecem mais cedo e tornam-se operantes
antes das partes que se situam na extremidade.
Progressão céfalo-caudal: diz
respeito à cabeça até aos dedos dos pés. O bebé tem
maior controlo motor sobre a cabeça do que sobre os músculos situados mais
abaixo.
Progressão
da acção concentrada para a específica: diz respeito ao trajecto das
competências simples até aos sistemas de acções. As primeiras acções do bebé
envolvem o corpo todo ou grandes segmentos do mesmo. Calmamente, a capacidade
de realizarem acções e movimentos globais são substituídos por outros, mais
aprimorados e definidos.
Apesar de
fixo e invariável, refira-se que o desenvolvimento nem sempre é uniforme e
gradual. Existem os “surtos do crescimento”, em que o crescimento físico é
muito rápido e há uma grande aquisição de capacidades psicológicas, como por
exemplo, no que diz respeito à altura do bebé e ao seu peso, essas
características desenvolvem-se rapidamente durante o primeiro ano, e os
pré-adolescentes e adolescentes também crescem de modo extremamente rápido.
De acordo com Myrtle Macgraw, existem períodos críticos em que uma
dada actividade é mais susceptível à modificação. A pioneira em estudos acerca
do desenvolvimento das crianças, afirmava também que as crianças não deviam de esforçar-se
muito, pois empenhar-se em actividades antes do período crítico era inútil.
Através de um estudo feito, Macgraw
concluiu que há limites para o
aparecimento de comportamentos motores e isso depende quer da maturação quer da
influência ambiental, concluiu também que existem exigências neuromusculares para
a produção de competências e que dentro dos limites maturacionais, um ambiente
apropriado pode promover o uso mais eficiente de capacidades e a exibição de
competências avançadas.
Relacionado o desenvolvimento motor com a prática desportiva,
podemos concluir que, através da prática o nosso corpo vai tornando-se mais
capaz de realizar certas acções que antes eram impensáveis de serem feitas. Na
ginástica, por exemplo, o período crítico para se ganhar maior flexibilidade
muscular é na infância/adolescência. Caso isso não aconteça, numa idade
avançada será muito difícil, talvez impossível, ganhar a mesma flexibilidade
que uma ginasta, que já pratica a modalidade desde pequena, tem.
obrigADO, ajudou me muito
ResponderExcluirQual seria a ordem do desenvolvimento??
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