quinta-feira, 7 de junho de 2012

Desenvolvimento Cognitivo


No estudo do desenvolvimento dos processos cognitivos do ser humano, Jean Piaget é uma referência incontornável. A sua teoria permitiu perceber que o pensamento da criança é qualitativamente diferente do pensamento do adulto. A sua perspetiva construtivista afirma que as estruturas do pensamento são produto de uma construção contínua do sujeito que age e interage com o meio.
            Antes de abordar a teoria de Piaget, torna-se necessário compreender o conceito de estádio. Estádios são fases ou etapas qualitativamente diferentes por que passa o desenvolvimento intelectual. Estádios mais avançados significam formas de equilíbrio mais estáveis. Piaget define 4 estádios na sua teoria:
            - Estádio sensório-motor
            - Estádio pré-operatório
            - Estádio das operações concretas
            - Estádio das operações formais
            Existem também outros aspetos importantes de salientar antes de abordar a teoria de Piaget:
            - A ordem pela qual se avança de um estádio para outros é a mesma em todos os seres humanos, mas o período em que se passa de um estádio para outro não é fixo, dependendo de fatores biológicos, culturais, educacionais e sociais.
            - Relativamente à noção de esquema, imaginemos um arquivo de dados na nossa cabeça. Os esquemas são equivalentes às fichas deste arquivo – são as estruturas mentais e cognitivas pelas quais organizamos intelectualmente o meio.
            - O desenvolvimento acontece graças ao equilíbrio entre assimilação e acomodação, resultando em adaptação.
            - Não podemos esquecer a importância do meio como estímulo. Aliás, a perspetiva construtivista de Piaget afirma que as estruturas do pensamento são produto de uma construção contínua do sujeito que age e interage com o meio.
            - Existem diferentes fatores do desenvolvimento na teoria psicogenética de Piaget, sendo que existem fatores influenciadores do desenvolvimento, que são a hereditariedade (maturação biológica), a experiência física (experiência que resulta das ações realizadas materialmente) e a transmissão social (fator da educação), e um fator determinante, que é o processo de equilibração.
            - De acordo com Piaget, assimilação é “...uma integração nas estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação”. Piaget dá a seguinte definição de acomodação: “Chamaremos acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) a toda a modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores (meio) aos quais se aplicam”. Já a equilibração será a auto-regulação entre os processos de assimilação e acomodação que permite a adaptação do indivíduo ao meio, permitindo uma progressão no sentido de um pensamento cada vez mais complexo.
            - As estruturas construídas e específicas de determinada idade ou estádio integram a estrutura do seguinte.
            - Os elementos de determinado estádio estão intimamente ligados entre si e contribuem de forma conjunta para caraterizar certo comportamento.
            - O estádio não surge definido e acabado, mas surge sim no sentido de ser superado.
            - Os estádios de Piaget focam essencialmente o aspeto intelectual no desenvolvimento humano.


1 – Estádio sensório-motor
            Este estádio vai dos 0 aos 2 anos. É visto como a fase de adaptação ao mundo exterior, e a fase em que predomina o desenvolvimento das perceções e movimentos, servindo-se destes para compreender o mundo, sacudindo um objeto novo, por exemplo. A criança começa a aperceber-se que está separada do resto do mundo, tal como os objetos que a rodeiam. O grande e acelerado desenvolvimento físico que ocorre nesta altura permite que novos comportamentos apareçam, tais como sentar, gatinhar ou andar, o que levará a um domínio maior do ambiente. O sujeito chega ao conhecimento por meio das suas próprias ações, (através da perceção e movimentos) controladas por informações sensoriais imediatas (daí este estádio denominar-se sensório-motor). Se um objeto desaparecer do campo de visão no início do estádio, deixa automaticamente de existir para o bebé (percebe-se assim a brincadeira em que alguém tapa a sua cara e de repente mostra-a e diz “Bu!”). Inicia-se o processo de socialização do bebé, inserido num determinado contexto psicossocial.
Desde o nascimento até aos 2 anos de vida, o bebé começa a construir a sua personalidade, sendo fundamental nesse aspeto a sua mãe ou outra figura materna, sobretudo na forma como alimenta o filho.
Os aspetos mais importantes do estádio sensório-motor são os seguintes:
- A exploração manual e visual do ambiente (provavelmente a grande marca deste estádio)
            - A experiência obtida com ações, a imitação
            - A inteligência prática, ou seja, através de ações
            - Ações como agarrar, sugar, atirar, bater e chutar
            - As ações ocorrem antes do pensamento
            - A centralização no próprio corpo
            - Aprendizagem da noção de permanência do objeto
            Este 1º estádio apresenta 6 subestádios, que vão desde o uso de reflexos até à capacidade representacional do uso de símbolos: 1 – o uso dos reflexos; 2 – as reações circulares primárias; 3 – as reações circulares secundárias; 4 – coordenação de reações circulares primárias e secundárias; 5 – as reações circulares terciárias; 6 -  invenção de novos significados para as coisas através de combinações mentais.

2 – Estádio pré-operatório
            Este estádio vai dos 2 até aos 6/7 anos. Esta fase é vista como uma fase de preparação para o pensamento operatório concreto. A criança deverá ser capaz de manipular o seu ambiente simbólico graças às suas representações do mundo externo. A criança aprenderá a representar o objeto por palavras e usá-las mentalmente.
            Esta fase é crucial, pois o desenvolvimento da personalidade iniciado no estádio anterior vai-se tornar muito mais claro e definido. Também é neste período que ocorrem um grande número de mudanças físicas e a maturação neurofisiológica, permitindo, por exemplo, uma coordenação motora muito mais apurada e fina. Apesar destas grandes mudanças, a maior é, sem dúvida, o aparecimento e desenvolvimento da linguagem, que, a par da imagem mental, do jogo simbólico e do desenho, fazem parte da função simbólica. Apesar da linguagem parece mais um monólogo, na medida em que a criança é nesta altura muito egocêntrica e não se interessa pelas respostas dos outros, a linguagem origina boas consequências, tais como a aceleração do desenvolvimento do pensamento (ao surgir o pensamento, significa que a criança é capaz de substituir esquemas de ação por esquemas de representação), e a capacidade de interagir e comunicar com os indivíduos.
            Apesar de tudo, as operações mentais da criança limitam-se ao “aqui” e “agora”, e a acontecimentos concretos.


           
            Linguagem: as palavras, as frases, representam pessoas, situações, objectos, acções

Jogo simbólico: no faz-de-conta, a criança imita, representa um conjunto de comportamentos, de acções

Imagem mental: representação mental de objectos ou acções não presentes no campo perceptivo: a imagem mental, embora estática, é o suporte para o pensamento

Desenho: atribui significado ao desenho, fazendo riscos na horizontal, na vertical, espirais, círculos, no entanto, não dá nome ao que desenha; tem uma imagem mental depois de criar o desenho


            O estádio pré-operatório divide-se em dois subestádios, cada um deles com as suas particularidades. Os subestádios e suas caraterísticas são os seguintes:
            - Pensamento simbólico pré-conceptual: dos 2 aos 4 anos
            . Animismo – dá vida às coisas (ex: diz à boneca que tem que comer a sopa toda)
            . Realismo – materializa as suas fantasias (ex: se sonhou que o lobo está no corredor, pode ter medo de sair do quarto)
            . Finalismo – nada acontece por acidente, tudo tem uma justificação finalista (ex: as nuvens movem-se para tapar o sol)
            . Artificialismo – objetos físicos e acontecimentos naturais são produzidos por pessoas (ex: “Quem pintou o céu?”)
            . Egocentrismo – incapazes de compreender as coisas de outro ponto de vista que não o seu (ex: “Há vento porque estou com muito calor”)

            - Pensamento intuitivo: dos 4 aos 7 anos
            . Irreversibilidade – ausência da noção de irreversibilidade (ex: a criança tem um irmão chamado Pedro, mas o Pedro já não tem irmão)
            . Dificuldades de transformação – incapacidade de compreender os processos que implicam mudança, pensamento centrado nos estados presentes
            . Centralização – pensamento centrado num só aspeto físico ou dimensão de um objeto ou situação
            . Não conservação – incapazes de compreender que a quantidade pode permanecer embora se mude seu aspeto ou aparência
            . Sincretismo – as crianças não são capazes de separar diferentes aspetos ou partes de uma situação ou objeto e agira de acordo com as suas caraterísticas
            . Dificuldades de classificação – as crianças normalmente experimentam dificuldades para estabelecer e relacionar classes de objetos ou situações
            . Dificuldades de seriação – as crianças têm normalmente dificuldade em ordenar ou criar séries

3 - Estádio das operações concretas
            Este estádio vai dos 6/7 anos até aos 11/12 anos. O crescimento físico abranda, tornando-se mais lento e as diferenças relativamente ao masculino e feminino começam a notar-se mais, sendo que é pouco usual a convivência com o sexo oposto. O indivíduo encontra-se pronto para um processo de aprendizagem sistemática (justamente quando inicia a escola), tornando-se progressivamente mais independente em relação aos adultos, configurando mesmo os sues próprios valores morais. Aliás, nota-se uma grande diferença no início e no final do estádio das operações concretas: enquanto no começa leva muito a sério as opiniões e argumentos dos adultos, no fim enfrenta-os.
            Uma grande caraterística deste estádio é a grande reorganização que o pensamento sofre. Várias mudanças ocorrem na criança: deixa de confundir o real com a fantasia, possui uma representação mental das pessoas e objetos, alcança uma linguagem oral, consegue ordenar os objetos pelas suas semelhanças e diferenças, executar operações matemáticas, obtém a noção de tempo e de número e o seu pensamento apresenta as caraterísticas de reversibilidade e associação.
            Contudo, as grandes mudanças ocorrentes neste estádio ainda se limitam ao mundo imediato e concretamente real.
            As caraterísticas do estádio das operações concretas são as seguintes:
            - Por volta dos 7 anos, a assimilação e a acomodação equilibram-se de forma mais estável
            - Pensamento lógico – capacidade de fazer operações mentais a um nível concreto
            - É ultrapassado o egocentrismo, e consequentemente aumenta a empatia
            - Propriedade transitiva – ex: a é maior que b, b é maior que c, logo a é maior que c
            - Reversibilidade – ex: se a criança chamada Ricardo tem um irmão chamado Pedro, o Pedro tem um irmão chamado Ricardo
            - Pensamento descentrado – ex: quando um marroquino vem a Portugal, é estrangeiro; quando um português vai a Marrocos, também é estrangeiro
            - Noção de conservação – matéria sólida aos 7 anos; líquida aos 8; peso aos 9 e volume aos 11 anos
            - Conceitos de espaço, tempo, número e lógica
            - Classificações e seriações

4 – Período das operações intelectuais abstractas: dos 12 anos em diante
Este estádio caracteriza-se pelo aparecimento de um novo tipo de pensamento: um pensamento abstracto, lógico e formal que permite um tipo de experimentação mental mais flexível. É o estádio das ideias, reflexões e projectos. 
Neste estádio já são realizadas operações formais (sem suporte concreto). O adolescente coloca mentalmente as hipóteses, deduzindo as consequências – raciocínio hipotético-dedutivo. O pensamento hipotético-dedutivo é o aspecto mais importante apresentado nesta fase de desenvolvimento, pois o ser humano passa a criar hipóteses para tentar explicar e consertar problemas, o foco desvia-se do "é" para o "poderia ser". Esta capacidade abre caminho à reflexão filosófica e científica.
 Surge um novo tipo de egocentrismo: o egocentrismo intelectual, que leva o adolescente a considerar que através do seu pensamento pode resolver todos os problemas e que as suas ideias e convicções são as melhores.
Importa também evidenciar que, segundo Piaget, é o amadurecimento biológico do adolescente que torna possível a aquisição das operações formais, estas que representam o ponto máximo do processo do desenvolvimento cognitivo.





Reflexão aplicada ao desporto
            Concluída a abordagem à teoria de Piaget, surge-nos a necessidade de refletirmos sobre as consequências que esta teoria transfere para o desporto. De fato, tal como o indivíduo se desenvolve de forma progressiva e construída, tal como os vários estádios se desenvolvem da mesma forma, o treino deverá estar articulado com este aspeto, ou seja, respeitando a evolução da criança. Isto leva a que a complexidade dos exercícios e do treino se devam aumentar de forma progressiva à medida que a criança se desenvolve física e mentalmente. Parece-nos evidente que os exercícios destinados a sujeitos de 11/12 anos não deverão ser aplicados em crianças de 6/7 anos. Construir exercícios com uma complexidade mais alta que o nível atual da criança poderá levar ao falhanço do aluno ou atleta (algo que normalmente traz consequências, seja nas aulas de Educação Física, seja no treino), e levará muitas vezes à frustração do professor ou treinador, na medida em que este não conseguiu verem os seus exercícios serem realizados como pretendia. Exercícios com complexidade mais baixa também não deverão ser aplicados, na medida em que não desafiam o aluno ou atleta, e este realizará o exercício sem nenhum esforço.
            Um bom exemplo do respeito pela evolução da criança é a progressão pedagógica da natação, que está dividida em várias etapas, sendo que a criança deve passar à etapa seguinte após cumprir com êxito a anterior.

Experiência Precoce





Como o próprio nome indica, uma experiência precoce traduz-se numa acção que ocorreu prematuramente, ou seja, aconteceu mais cedo do que o esperado.





Alguns estudos: 

  •  De acordo com Nancy Bayley, que estudou o desenvolvimento humano, concluiu que existe uma variação considerável do Quociente de Inteligência ao longo do tempo, e que a sua variabilidade é maior durante os primeiros anos de vida. Concluiu também que a capacidade intelectual pode aumentar durante a vida, se for estimulada a tal, e que as estruturas intelectuais mudam com a faixa etária.
  • De acordo com Benjamin Bloom, que traçou a curva de crescimento com aceleração negativa para o desenvolvimento intelectual, ao longo da idade, as capacidades intelectuais tendem a aumentar a um ritmo mais lento. Afirma também que com seis anos de idade, dois terços da nossa capacidade intelectual já está formada e atribui grande importância à experiência precoce no desenvolvimento cognitivo. Bloom conclui que o facto de se deixar passar um período crítico condiciona o desenvolvimento intelectual.
  •  De acordo com David Krech, a estimulação do meio pode aumentar a capacidade de aprendizagem devido às alterações químicas cerebrais que provoca. No seu estudo com ratos, conclui que os cérebros dos ratos estimulados eram química e estruturalmente diferentes dos ratos menos estimulados.
  • De acordo com Joseph Altman (estudos sobre neurónios) e Austin Riesen ( experiências com gatos e com chimpanzés na escuridão), é necessária uma estimulação ambiental para que haja desenvolvimento fisiológico apropriado, visto que os aparelhos perceptivo e neuronal não se desenvolvem automaticamente.
Programas de intervenção precoce: 


 
Os programas de intervenção precoce têm o objectivo de preparar melhor as crianças de níveis socioeconómicos desfavorecidos para conseguirem atingir maior sucesso escolar. 

 
O programa “Head Start” é um programa da responsabilidade do “United States Department of Health and Human Services” e podemos concluir que é eficaz a longo prazo, e realmente pode mudar as vidas de crianças de níveis socio-económicos mais desfavorecidos.
A conclusão mais importante a retirar dos programas de intervenção precoce é que são um bom investimento para a sociedade.
Transferindo esta temática para o desporto, muitas das vezes podemos encontrar talentos nestes programas de apoio aos mais desfavorecidos. Na nossa opinião, como possíveis professores de Educação Física, neste tipo de programa devia ser incluído a prática desportiva, pois sabemos que o exercício físico tem vários benefícios para a vida quotidiana das pessoas, como por exemplo a responsabilidade, competência que será essencial no futuro, quer seja na vida profissional quer seja na vida pessoal.
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Desenvolvimento Motor


O desenvolvimento é um procedimento contínuo que persegue-nos desde o momento pré-natal até ao fim das nossas vidas. Na fase pré-natal, a ordem das nossas aquisições são fixas e invariáveis. Podemos afirmar que o crescimento e as variações no comportamento seguem uma sequência, na maioria das vezes, invariável.

Para percebermos melhor como funciona o desenvolvimento motor de um individuo, devemos primeiro perceber como é que se adquire maturação para que ocorra esse desenvolvimento. Essa maturação ocorre ao nível do sistema nervoso.

O sistema nervoso é constituído pelo sistema nervoso central que inclui o encéfalo e a espinal medula, e pelo sistema nervoso periférico que inclui o sistema somático e o sistema autónomo. A célula mais importante destes sistemas é o neurónio. O neurónio é uma célula nervosa altamente estimulável, que processa e transmite informação através de sinais electroquímicos. Essas transmissões designam-se por sinapses. Quantas mais ligações houver, mais ramificações haveram no nosso sistema nervoso, e mais desenvolvido será o nosso sistema, adquirindo assim maiores níveis de maturação.

Como referimos anteriormente, existe uma sequência no que diz respeito ao desenvolvimento motor. Essa sequência ocorre de igual forma na maioria das crianças e cada uma delas passa por cada estádio de desenvolvimento praticamente na mesma idade. Devemos salientar que a criança desenvolve-se também devido à maturação biológica, estimulada pela prática, constituindo assim um factor essencial para a manutenção e futuro desenvolvimento das acções.

A criança é, antes de mais, um ser motor.






 

De acordo com o aumento das proporções do corpo sabemos que existem diferentes trajectórias e essas são influenciadas pelos princípios de desenvolvimento próximo-distal, céfalo-caudal, e acção concentrada para específica.



 
Progressão próximo-distal: diz respeito ao eixo central e as extremidades do corpo. As partes centrais amadurecem mais cedo e tornam-se operantes antes das partes que se situam na extremidade.
Progressão céfalo-caudal: diz respeito à cabeça até aos dedos dos pés. O bebé tem maior controlo motor sobre a cabeça do que sobre os músculos situados mais abaixo.
Progressão da acção concentrada para a específica: diz respeito ao trajecto das competências simples até aos sistemas de acções. As primeiras acções do bebé envolvem o corpo todo ou grandes segmentos do mesmo. Calmamente, a capacidade de realizarem acções e movimentos globais são substituídos por outros, mais aprimorados e definidos.


Apesar de fixo e invariável, refira-se que o desenvolvimento nem sempre é uniforme e gradual. Existem os “surtos do crescimento”, em que o crescimento físico é muito rápido e há uma grande aquisição de capacidades psicológicas, como por exemplo, no que diz respeito à altura do bebé e ao seu peso, essas características desenvolvem-se rapidamente durante o primeiro ano, e os pré-adolescentes e adolescentes também crescem de modo extremamente rápido.

De acordo com Myrtle Macgraw, existem períodos críticos em que uma dada actividade é mais susceptível à modificação. A pioneira em estudos acerca do desenvolvimento das crianças, afirmava também que as crianças não deviam de esforçar-se muito, pois empenhar-se em actividades antes do período crítico era inútil.
Através de um estudo feito, Macgraw concluiu que há limites para o aparecimento de comportamentos motores e isso depende quer da maturação quer da influência ambiental, concluiu também que existem exigências neuromusculares para a produção de competências e que dentro dos limites maturacionais, um ambiente apropriado pode promover o uso mais eficiente de capacidades e a exibição de competências avançadas.

Relacionado o desenvolvimento motor com a prática desportiva, podemos concluir que, através da prática o nosso corpo vai tornando-se mais capaz de realizar certas acções que antes eram impensáveis de serem feitas. Na ginástica, por exemplo, o período crítico para se ganhar maior flexibilidade muscular é na infância/adolescência. Caso isso não aconteça, numa idade avançada será muito difícil, talvez impossível, ganhar a mesma flexibilidade que uma ginasta, que já pratica a modalidade desde pequena, tem.