sexta-feira, 18 de maio de 2012

Desenvolvimento Psicosocial e Psicossexual

Os 8 estádios de desevolvimento psicosocial criados por Erikson, ao contrário dos 5 estádios de desenvolvimento psicossexual de Freud, enfatizam o aspeto social. Apesar de Erik Erikson ter sido um discipulo de Freud, as diferenças de pensamento entre ambos eram significativas. Enquanto que Freud apenas elaborou estádios que iam da infância à adolescência, Erickson alargou-os para todo o periodo da vida humana. Além disso, este psiquiatra alemão valorizou muito mais as interações entre individuo e meio, afirmando que existe sempre uma interação com o mundo exterior, que se alarga à medida que a pessoa se vai desenvolvendo. Aliás, a propósito deste aspeto, Erikson declarava que quando uma pessoa transitava de um estádio para o seguinte, também as suas relações com o mundo aumentavam (Exemplo: Do primeiro para o segundo estádio, as interações alargam-se, sendo que no primeiro estádio são apenas com os pais e no estádio seguinte podem estender-se até aos irmãos).


Ao contrário de Erikson, Freud elaborou cinco estádios de desenvolvimento psicossexual, tal como foi referido anteriormente. Ao longo de cada um dos estádios psicossexuais, as crianças são auto-eróticas, visto que obtêm prazer erótica aquando da estimulação de uma zona erógena (parte do corpo que, quando estimulada, dá lugar a uma sensação sexual). Cada estádio tende a estar localizado numa determinada zona erógena.



Desenvolvimento Psicossexual:


Estádio Oral: Primeiro estádio do desenvolvimento psicossexual que vai desde o nascimento até aos 18 meses/2 anos. Nesta fase a fonte de satisfação erótica é a boca, ou seja, as suas necessidades e gratificações estão focadas na boca. Inicialmente neste estádio a criança limita-se a mamar no seio na chupeta ou no biberão de forma passiva, e a sua primeira sensação experimentada é na ingestão de alimentos. Não esquecendo que o acto de alimentar não se refere somente ao acto de ingestão da comida mas também as relações humanas e de afecto, nomeadamente com a figura materna.
Numa fase mais avançada deste estádio a criança começa a tirar grande satisfação do seio materno mas também procura agarrar qualquer objecto e mordê-lo, no qual contribuiu o desenvolvimento da dentição. De realçar neste estádio que sendo a mãe uma das únicas fontes de prazer da criança, a atitude básica da mãe para com a criança, vai ser determinante para a atitude básica da criança perante a vida, a personalidade começa-se já desde esta altura e estruturar-se.

Estádio Anal: Este estádio fixa-se sensivelmente entre os dois e os quatro anos. É nesta altura que se começa a desenvolver o controlo muscular ligado à defecação, sendo agradável para a criança a descarga reflexa produzida pela pressão dos músculos. Deste modo, a zona erógena deste estádio é a região anal, sendo que uma das grandes fontes de prazer para a criança será reter ou expulsar fezes. É nesta altura que é preocupação dos pais, que as crianças criem hábitos higiénicos, sendo que, segundo Freud, se essa educação do asseio for demasiado restrita ou demasiado tolerante criam-se problemas, portanto o ideal seria um “meio-termo”, para que exista um desenvolvimento normal da personalidade. Para terminar este estádio, de realçar que existe uma sexualidade auto-erótica e que é uma fase em que a criança é mais autónoma.

Estádio Fálico: Este estádio desenvolve-se entre os três anos e os cinco/seis anos. É neste estádio que a satisfação erótica passa pela zona genital, havendo manipulação e até mesmo exibição desta zona. O prazer da criança está centrado nas zonas genitais e na sua estimulação. É nesta fase que as raparigas e os rapazes descobrem que os seus corpos são diferentes. Nesta fase o papel dos pais torna a ser muito importante, pois se os pais ensinam os filhos, que obtêm prazer ao tocar nos órgãos genitais, que o que eles fazem é vergonhoso, os rapazes podem contrair o medo da castração e as raparigas a “inveja do pénis”. É também ao longo desta fase que aparecem o complexo de Édipo para os rapazes e o complexo de Electra para as raparigas, em que as crianças nutrem uma atenção especial pelo progenitor do sexo oposto e desenvolvem uma relação agressiva com o progenitor do mesmo sexo.

Estádio de Latência: Estádio que se situa a partir os cinco/seis anos de idade até à puberdade. Neste estádio dá-se uma ausência quase total dos desejos sexuais, denominando-se esta falta de pulsões sexuais como amnésia infantil, processo no qual “a criança reprime no inconsciente as experiências fortes do estádio fálico”. Neste estádio a energia psíquica da criança é orienta para o sentido de adquirir competências para a vida em sociedade. Existe uma grande curiosidade intelectual por parte da criança, contribuindo para isso a entrada na escola, querendo ser o melhor da escola, uma “criança-modelo”.

 
Estádio Genital: Estádio da puberdade e da adolescência. Estádio que representa o alvo ideal do desenvolvimento humano. A sexualidade desperta-se novamente e com grande intensidade, sendo isto explicado pela maturação orgânica e impulsos desencadeados pela produção de hormonas sexuais. No entanto este estádio repete um pouco os períodos anteriores, como por exemplo o complexo de Édipo que é revivido pelo adolescente, sendo que desta vez, não em relação ao progenitor do sexo oposto mas sim uma atracção por pessoas do sexo oposto alheias ao universo familiar. A satisfação dos impulsos da líbido é procurada pela prática de actividades sexuais de natureza genital. Após terem resolvido os conflitos dos estádios anteriores os jovens estão preparados para actos ligados à reprodução. Concluindo, sendo este o ultimo estádio do desenvolvimento, neste período não há fixação.


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